quarta-feira, 7 de abril de 2010

Morte de universitário na Pedreira: fatalidade ou omissão?



Anualmente, os universitários de vários cursos e locais do País têm como destino o município de Guarapari para o Conecades (Congresso de Comunicação, Ciências Contábeis, Administração, Direito, Economia e Serviço Social). Embalado por festas de bebidas liberadas, micaretas e chopadas durante um dia inteiro, o evento tem como principal atrativo as baladas. Inversamente proporcional ao interesse por palestras, perdidas ao longo dessa extensa programação “cultural”.

Desde a sua primeira edição, o evento realizado pela empresa Vitória Eventos e Música Ltda. – mais conhecida pelo nome fantasia, VEM Eventos – perde o caráter de evento universitário para ganhar a pecha de uma miscelânea de festas para o público jovem. Apesar do histórico de brigas, confusões e comas alcoólicas dos últimos anos, a edição de 2010 ficará marcada pela morte – ainda não explicada – do universitário mineiro Luiz Felipe Silva Leão de Carvalho, aos 21 anos, durante uma das festas do Conecades na Pedreira Adventure Park.

O local que é palco dos mais variados tipos de eventos durante o verão, desde festas raves a shows de pagode e funk, se tornou a arena de uma festa à fantasia. Esse é o ponto que vamos chegar: fantasia. Antes do início do evento, a crônica de uma tragédia anunciada. Já que o local estava sem alvará de funcionamento para realização da folia daquela noite. Tudo isso em função de apenas duas roletas estarem em funcionamento. Isso nos leva a pergunta, como um evento pode funcionar desta forma?

Qualquer pessoa que circula pelos vários tipos de eventos e me incluo neste grupo, sabe que a excitação do início de “rock” não combina com filas na entrada. Isso pode ter causado fúria nos congressistas, fazendo-os protestar. Atitude mais que justificável, já que o acesso às festas não é para qualquer um – os ingressos da maioria dos eventos do congresso passam de R$ 75 cada.

Tudo isso é motivo suficiente para exigir medidas mais rígidas contra a empresa. No entanto, a maior surpresa ficou com a manifestação da VEM Eventos que afirmou que irá se manifestar apenas nesta quinta-feira (8) – exata uma semana após o evento. Como uma empresa reconhecida nacionalmente por fazer congressos de grande porte pode se calar diante de fatos tão graves?

Essa pergunta ecoa na cabeça de universitários que pensarão duas vezes em partir para uma jornada sem a certeza que a empresa fará tudo pela sua segurança. Ou ainda mais grave, os questionamentos dos pais que vêem seus filhos saindo de casa com o propósito de ir a um congresso universitário – momento importante na vida de qualquer jovem – e não voltar com vida.

Que nenhuma mãe ou pai passe pela situação dos parentes do jovem Luiz Felipe Silva Leão de Carvalho. Mas para isso é preciso que as causas sejam esclarecidas pelas autoridades competentes. Caso o problema seja a falta de segurança que se punam os culpados, caso tenha sido uma fatalidade que se faça as adaptações necessárias para que o Conecades não seja a última festa de algum jovem.

5 comentários:

  1. É bem provável que seja o último Conecades. E mais: essa informação confere - de que só duas roletas funcionavam e por isso o alvará não fora concedido? Porque isso configura flagrante irresponsabilidade da Vem e da administração da Pedreira. Mas culpá-las não vai tirar a dor da família e amigos. Mais do que achar o culpado (caso não exista um "executor", afinal multar, proibir a empresa e o congresso vai dar para família mais dor de cabeça que sensação de justiça)o que precisa ser respondido de fato é como que o mineiro morreu. E isso está longe de ser elementar...

    ResponderExcluir
  2. Você até escreve bem, mas perde TODA a credibilidade quando inventa que haviam 2 roletas funcionando. Eram 12, 6 para a entrada de camarote, 3 para pista, e 3 para entrada de lista vip. E os ingressos para este show custavam 30 e 40 reais, no primeiro lote, e o ultimo lote nao ultrapassou os 70. Para terminar, pergunte aos pais do Felipe se a empresa disponibilizou tudo o que fosse preciso para ajudar nas buscas e no suporte à família, que veio de BH para guarapari. Você escreve bem, não use sua inteligência e habilidade para escrever da maneira errada não. Busque fontes seguras e se intere da situação antes de emitir uma opinião errônea como essa.

    ResponderExcluir
  3. http://gazetaonline.globo.com/_conteudo/2010/04/622279-policia+jovem+morreu+fora+da+area+da+festa.html

    A empresa decidiu se manifestar apenas na quinta, pois desejava esperar o depoimento do responsável, que aconteceu na quarta, e preferiu manter a cautela e esperar as primeiras análises conclusivas da polícia, que mostram a não responsabilidade da vem com o ocorrido. Espero também que você, como profissional de comunicação, tenha um pouco mais de imparcialidade ao escrever sobre certas coisas.

    ResponderExcluir
  4. Bom, eu sempre fui ao Conecades, e nunca vi evento tão bem organizado, as festas como em qualquer outra, é grande o indice de ingestao de bebida alcoólica, mas algumas pessoas exageram, e passam dos limites nas atitudes e ações. Conheço bem o local, e sei que possui uma passagem que termina nas pedras, na minha opniao, Fellipe, pode ter exagerado como tantos outros, e quis cometer a façanha de conseguir entrar, até mesmo com bebida, que nao era permitido na portaria do evento, oque pode ter ocasionado o acidente. Uma fatalidade é claro, mas todos nós estamos propícios a acidentes e alguns procuram por eles.

    ResponderExcluir